SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi para São Paulo nesta sexta-feira (6/6) para se preparar para o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), marcado para a próxima semana.

Ele ará o fim de semana no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, hospedado a convite de seu aliado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo auxiliares, Bolsonaro se reunirá com advogados que preparam sua defesa e receberá aliados em um intensivão para discutir estratégias, revisando a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e os pontos que pretende contestar. O ex-presidente é representado pelo criminalista Celso Vilardi.

Nesta sexta, em Brasília, antes de seguir para São Paulo, Bolsonaro participou de uma conferência de seu partido ao lado de sua mulher, Michelle, e pediu para que apoiadores acompanhassem seu depoimento, que será transmitido ao vivo. Ele disse que não iria "lacrar", apenas dizer a verdade.

O depoimento dos réus do caso começa nesta segunda-feira (9) com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente e delator no caso. As testemunhas de defesa foram ouvidas na semana ada.

Bolsonaro é acusado de liderar a trama golpista que tentou impedir a posse de Lula (PT) após as eleições de 2022.

Tarcísio prestou depoimento na semana ada como testemunha de defesa do ex-presidente e negou que Bolsonaro tenha discutido alternativas para reverter o resultado eleitoral.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo itiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

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Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode ar de 40 anos de prisão.

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