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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Secretário de Zema critica falta de ação do governo Lula na crise do aço

Em entrevista ao EM, secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando alio, fala em despreparo da equipe econômica e da falta de habilidade em negociar

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A sobretaxa de 25% do aço criada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou os produtores de Minas Gerais em alerta na semana ada. Frente aos questionamentos do que vem a seguir, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando alio, homem forte do governador Romeu Zema (Novo) para o comércio exterior, destaca que cabe ao governo federal encontrar uma solução para a crise e negociar com os americanos.

Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, alio fez uma série de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na última semana disse que denunciaria os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) e taxaria os produtos americanos que entram no Brasil.

“Já era hora de o ministro competente pegar um avião, ir até Washington e negociar com a equipe econômica do presidente Trump. Começar uma conversa profícua, em vez de mandar mensagens ameaçando taxar os americanos”, disse, sem citar o ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).

“É um total despreparo da equipe econômica do governo federal apelar para a OMC. Estamos falando de um presidente que está saindo da maioria dos acordos internacionais, não considero que essa seja a forma mais hábil de negociar. Nós estamos ansiosos com as possibilidades de negociação do governo. Minas Gerais pode entrar em apuros, e a gente precisa muito que eles ponham a mão na consciência, governem para todos e que Minas não seja deixada de fora”, emendou.

alio ainda fez questão de rebater as críticas dos ministros Alexandre Silveira (PSD) e Renan Filho (MDB) que questionaram o que Zema estaria fazendo para contornar a taxação do aço. “Ora, se esses dois ministros não sabem que a responsabilidade é deles, a gente fica muito preocupado com a reação do Brasil nesse cenário em que a taxação do aço vai requerer habilidade negocial e um mínimo de discernimento, de responsabilidade e competência”, destaca.

Para o secretário de Minas Gerais, há duas maneiras de ver a crise do aço. A primeira é com a possibilidade de México e Canadá, que estão com as tarifas suspensas para negociação com os EUA, substituírem o produto brasileiro. A segunda é com a China perdendo mercado na América do Norte e “invadindo” o mercado interno.

“É um problema que a gente tem duas linhas importantes para atuar: negociar com os Estados Unidos para mudar essa taxação, e se proteger com relação ao aço chinês que entra no Brasil com um número de subsídio que o torna uma concorrência não muito justa. O problema é que essa negociação do Brasil com os Estados Unidos dependeria muito de uma aproximação do governo federal, que tem essa competência para negociar com o governo americano. Nós não estamos vendo nenhum tipo de movimento desses acontecer”, disse.

Minas Gerais está entre os estados mais afetados pela taxação dos Estados Unidos. É o segundo que mais exporta os produtos da metalurgia, em valores que chegam a US$ 1,54 bilhão, atrás apenas do Rio de Janeiro, que exporta US$ 2,07 bilhões, e seguido pelo Espírito Santo (US$ 1,14 bi). Em termos de massa, Minas exportou cerca de 2,5 milhões de toneladas de produtos para os Estados Unidos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

alio ainda analisou que se o país continuar exportando, o produto pode ser protegido pelos próprios consumidores americanos devido a alta nos preços e impacto na inflação. “Nós temos uma grande vantagem em Minas Gerais, porque temos o aço mais verde do mundo. Então eles vão estar deixando de comprar não só um aço de alto nível de qualidade, mas de alto padrão de descarbonização. Então o nosso produto tem competitividade. Se os EUA deixarem de comprar, ainda temos que sentir o impacto disso no médio e longo prazo. Se nossas vendas para os EUA caírem, vamos ter que entrar em uma forte negociação com a Ásia e com o continente europeu. Nós temos vários países para onde ampliar a nossa pauta de exportação”, disse.

Balança comercial e PIB

Questionado sobre suas expectativas sobre a balança comercial em 2025 frente a alta do dólar e o preço do Café, alio lembrou que no ano ado o estado teve um superávit de US$ 25 bilhões – quando exporta mais do que importa – com recordes no agronegócio.

“A gente teve um desempenho fora da curva na balança comercial de Minas Gerais, e esperamos o mesmo desempenho em 2025. Temos Vale do Lítio iniciando algumas operações e aumentando com duas mineradoras que devem ter o licenciamento liberado nos próximos meses. Estamos com boas perspectivas com o nosso café, que está obtendo as certificações necessárias para ampliar a participação no mercado Europeu, Oriente Médio e Ásia. E o minério é aquilo, a gente tem uma constância muito boa no que tange a exportação”, afirmou.

Sobre o crescimento da economia mineira, com os dados de 2024 sendo divulgados em março, Fernando alio espera que o estado cresça acima da média Brasil. Estimativas da Fundação João Pinheiro estimam um crescimento de 3,2% no cenário mais favorável, em relação a 2023, quando fechou o ano com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1 trilhão e 9,5% do total brasileiro.

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“Nós fechamos o terceiro trimestre com 9,1% do PIB nacional, o que nos faz acreditar que vamos ar essa marca atingida em 2023. Quando nós iniciamos o governo, a economia mineira era 8,8% da nacional, esses 0,7 ponto percentual de diferença equivale à economia do Piauí. Para quem não é da área, ar de 8,8% para 9,5% equivale a economia do Uruguai e da Colômbia. É um crescimento muito representativo. Se tudo ocorrer como a gente espera, vamos bater recorde na participação no PIB nacional. Isso é entrar para história”, completou.

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