INDIGNAÇÃO PÚBLICA

Corte de árvore de quase 500 anos gera comoção e polêmica na Inglaterra

Episódio reacendeu o debate sobre a proteção legal de árvores históricas no Reino Unido

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Um dos carvalhos mais antigos e imponentes de Enfield, uma grande cidade ao norte de Londres, na Inglaterra, com cerca de 500 anos de idade e mais de seis metros de circunferência, foi derrubado no início de abril por empreiteiros a serviço da Mitchells & Butlers Retail (MBR), empresa responsável pela rede de restaurantes Toby Carvery. O corte da árvore, que ficava no Whitewebbs Park, gerou forte comoção e foi denunciado à polícia pelo Conselho de Enfield, que considera o ato um possível dano criminal. Embora a Polícia Metropolitana tenha encerrado a investigação alegando se tratar de uma questão civil, o episódio reacendeu o debate sobre a proteção legal de árvores históricas no Reino Unido.

De acordo com o portal britânico The Guardian, a árvore, registrada no inventário de árvores antigas do Woodland Trust, não possuía uma ordem formal de preservação quando foi cortada. Segundo a MBR, a ação foi tomada após alertas de contratados especializados em arboricultura, que apontaram riscos à saúde e à segurança pública.

"Foi uma decisão difícil, mas necessária para proteger nossos funcionários, clientes e o público em geral", afirmou a empresa em nota, alegando ter seguido os procedimentos legais.

No entanto, ativistas ambientais e especialistas questionam a justificativa. Adam Cormack, chefe de campanhas do Woodland Trust, contestou a alegação de que a árvore estava doente, afirmando que havia brotos de folhas nos galhos cortados, o que indicaria que ela ainda estava viva. Ele também criticou a falta de transparência da empresa e defendeu que alternativas à derrubada, como o redirecionamento de agens, poderiam ter sido consideradas.

Em entrevista ao jornal inglês Sky News, Ed Pyne, consultor sênior de conservação de árvores, classificou o episódio como "a queda mais chocante" que presenciou em mais de uma década de atuação. Segundo ele, a árvore possuía valor ecológico superior ao da Sycamore Gap, outra árvore emblemática derrubada em 2023.

O Conselho de Enfield, surpreendido com a ação, emitiu uma ordem de preservação para o que restou do tronco, na tentativa de preservar possíveis brotações futuras. O líder do conselho, Ergin Erbil, prometeu buscar justiça: "A árvore pertencia ao nosso patrimônio e foi removida sem autorização. Estamos tomando todas as medidas cabíveis".

A indignação pública cresceu nas redes sociais e entre grupos ambientais. Paul Powlesland, cofundador do Lawyers for Nature, destacou a disparidade entre o tratamento dado a árvores antigas e edifícios históricos: "Se fosse um prédio de 500 anos, ele provavelmente seria tombado. Árvores como esta merecem proteção equivalente".

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Organizações ambientais agora pressionam o governo britânico para criar uma legislação mais rígida e abrangente que proteja árvores patrimoniais. A expectativa é que o caso do carvalho de Whitewebbs sirva de alerta e ponto de partida para reformas na política de conservação ambiental do país.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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