LEVANTAMENTO

Censo do IBGE revela dados inéditos sobre religião no Brasil

Minas segue tendência nacional quanto às religiões cristãs, mas surpreende com elevação no número de pessoas espíritas

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Novo retrato da religião no país, com um número crescente de evangélicos e perda de espaço pelos católicos, que ainda são maioria. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na manhã desta sexta-feira (6), o recorte por religiões do Censo Demográfico 2022. Embora seguindo a tendência nacional, Minas Gerais apresenta uma diferença surpreendente, que vai na contramão do cenário da fé: enquanto diminui no país a quantidade de espíritas, o estado apresenta uma elevação de 0,3%.

Conforme divulgou o IBGE, o número de pessoas que se declaravam católicas, em 2010, era de 65%, e agora está em 56,7%, com queda de 8,3 pontos percentuais. Já entre os evangélicos, houve aumento de 5,2 pontos percentuais. Eram 21,7% em 2010, último censo, e são representam hoje 26,9%.

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No caso específico de Minas, havia 70,4% de católicos conforme o Censo Demográfico de 2010, e hoje são 63,5%, com diminuição de 6,9 pontos percentuais, inferior à queda nacional. Os evangélicos apresentaram crescimento de 4,6 pontos (menor em relação à média nacional), ando de 20,2% em 2010 para o atual 24,8%.

A pesquisa mostra também o crescimento de pessoas sem religião. No Brasil, o índice subiu de 7,9% para 9,3% (1,4 ponto a mais). Em Minas, foi de 5% para 5,7% (0,7 ponto a mais).

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Católicos fervorosos

"Há lugar para todas as religiões, mas me mantenho firme na fé católica. Na verdade, desde que me entendo por gente”, diz o metalúrgico Luiz Edmundo Marques, ao lado da mãe, Maria José de Ávila Marques, dona de casa. Todas as quintas-feiras, os dois rezam no Santuário Arquidiocesano Santa Luzia, na cidade de mesmo nome, na Grande BH, e aos domingos participam da missa no Mosteiro de Macaúbas, na mesma cidade. “Sou de família católica, então sigo a tradição”, diz Maria José, de 69 anos.

Moradora de BH, Edna Aparecida da Silva Braga se mantém na fé católica e nunca pensou em mudar sua rota de devoção. “A religião é um alimento para o espírito, e estou no caminho iniciado pelos meus avós, que moravam em Moeda (Região Central do estado). Jesus é meu médico, e a eucaristia, meu remédio, meu para a alma, o coração”, afirma Edna, que tem um casal de filhos.

Espíritas e matriz africana

“Nasci em um lar católico, me tornei evangélico na fase adulta e hoje sou espírita. Eu me encontrei nessa religião, mudei meu ritmo de vida”, diz um belo-horizontino, casado, de 50 anos, residente na Região Nordeste da capital. Esse depoimento ilustra o crescimento do número de espíritas em Minas. Em 2010, eram 2,1% e hoje 2,2% (elevação de 0,1 ponto percentual), situação diferente do país em geral, que registrou queda de 0,3 ponto no período: de 2,1% caiu para 1,8%.

A funcionária pública aposentada Margareth de Oliveira, de 68, é outra que nasceu em lar católico e se tornou espírita. “Fui batizada e crismada. Fiz primeira comunhão e integrei o grupo das ‘Filhas de Maria’ (associação de caráter devocional da Igreja Católica)”, conta Margareth, moradora do Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste da capital. Na fase adulta, já com dois filhos, ela começou a buscar respostas que não encontrava mais na sua religião.

“Por volta de 1991, eu lia muito. E uma vizinha me emprestou o livro ‘O caboclo’, romance de Zíbia Gasparetto (escritora espiritualista). Mais tarde, disse que eu deveria ler ‘O livro dos espíritos’, de Allan Kardec. E assim fiz”, conta Margareth, que participa, como costureira voluntária, de uma fraternidade espírita, no Bairro União. “Penso que muitas pessoas estão vindo para o espiritismo pela busca pelas respostas que não encontram nas igrejas. Neste mundo atual, as pessoas querem algo que supra sua necessidade espiritual”, afirma.

As religiões de matriz africana também tiveram ligeiro crescimento no Brasil e em Minas. Umbandistas e candomblecistas representavam 0,3% no cenário nacional em 2010, ando para 1% (aumento de 0,7 ponto percentual). No estado, houve aumento de 0,4 ponto, ando de 0,1% dos cidadãos para 0,5%.

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