BH: Furto de cavalos resgatados pela prefeitura mobiliza Câmara Municipal
Uma fonte ouvida, sob anonimato, afirmou que este não foi o primeiro furto de cavalos no local
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Siga noCinco cavalos resgatados, que estavam sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte, foram furtados na madrugada do dia 14 de abril dentro das dependências do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), localizado no Bairro São Bernardo, Região Norte da capital mineira. O caso gerou forte repercussão e levou o vereador Wanderley Porto (PRD) a requisitar informações oficiais à Secretaria Municipal de Saúde sobre as circunstâncias do crime e sua apuração. Procurada pelo Estado de Minas nesta quinta-feira, 8/5, a PBH se pronuncia dizendo que foi registrado um Boletim de Ocorrência e o caso segue sendo apurado pela polícia.
O requerimento, apresentado por meio da Comissão de Meio Ambiente e Defesa Animal da Câmara Municipal, cobra esclarecimentos ao secretário Danilo Borges Mathias sobre o funcionamento das câmeras de segurança do local, a existência de registros do furto, as providências adotadas para impedir novas ocorrências e se há indícios de que o crime tenha sido praticado por pessoas com conhecimento prévio da estrutura do CCZ.
Uma fonte ouvida, sob anonimato, afirmou que este não foi o primeiro furto de cavalos no local, e que a recorrência se deve à sensação de impunidade em relação a crimes e negligências cometidos contra animais na cidade.
Em entrevista ao Estado de Minas, a jornalista e ativista da pauta de proteção animal, Daniela Sousa, explicou sobre o acontecimento: "Esse caso não é isolado, mas já fazia um bom tempo que não recebia tais relatos. Suponho que essa tenha sido uma operação de apreensão de maus tratos, logo, os donos provavelmente não quiseram ar pelo trâmite legal, então eles furtaram os animais no CCZ".
"Como essas pessoas sabiam que esses cavalos estavam no CCZ? Então existe aí uma lacuna", continuou.
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Daniela também relembrou episódios anteriores de descaso com cavalos usados como tração animal na capital, incluindo flagrantes de animais transitando em áreas de tráfego intenso:
"Anos atrás foi registrado um casal que galopava com seus cavalos em plena luz do dia, dentro de uma linha do Move na capital e fiquei bastante assustada com os comentários, inclusive, de parlamentares locais, que pareciam estar achando natural a situação que não é. Imagine se um desses animais se assustassem com a movimentação dos carros, o que poderia acontecer?".
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Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a Lei municipal 11.285/2021 estipulava 2031 como o prazo limite para o fim definitivo do uso dos veículos de tração animal na capital mineira. No entanto, a entrada em vigor da nova norma fixou o dia 22 de janeiro de 2026 como a data a partir da qual animais não mais poderão ser utilizados para puxar carroças.
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Essa decisão, de acordo com a ativista, incomodou algumas pessoas que utilizam a carroça como meio de transporte. "A partir de 22 de janeiro de 2026 essa atividade será proibida em BH, nesse sentido, a carroça é um grande propulsor dessa questão: Ao mesmo tempo que é utilizada para o comércio, a carroça também é usada apenas como um meio de transitar. Esse uso fere a lei de trânsito, além de ser uma crueldade animal", argumenta.
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"Meio fio e canteiros públicos não são estábulos. Lixo, água parada e resto de feiras e supermercados não são alimentação adequada para cavalos de carroça ou catira, e isso precisa ficar claro", conclui.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino