Theo Bial lança álbum com 15 canções de Chico Buarque
Filho da atriz Giulia Gam e do jornalista e apresentador Pedro Bial, o cantor e compositor defende o resgate da música do século 20
compartilhe
Siga noDepois de lançar os álbuns “Vertigem” (2022) e “Neo-Bossa” (2023), o cantor e compositor Theo Bial chega ao streaming com “Theo canta Chico” (Alta Fonte). Nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (6/6), o disco traz 15 faixas compostas por Chico Buarque de Holanda.
Filho do jornalista e apresentador Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, Theo, de 27 anos, é carioca e suas maiores influências são a bossa nova e todas as vertentes do samba, além de outras manifestações da cultura popular. O novo trabalho será lançado hoje, no Blue Note do Rio de Janeiro.
Leia Mais
Theo acredita que, a partir desse trabalho, está explorando mais seu lado de intérprete.
“Tenho visto um resgate da música do século 20, pois há muitos artistas novos revisitando outras obras, e acho isso importante. O artista tem também um trabalho de pesquisa da história da música. Sempre gravei versões para o Instagram, porém, depois percebi que nos lugares nos quais me apresentava, a resposta era muito positiva, quando cantava músicas de Chico”, ressalta o artista.
“Tem até aquela frase, 'não é o cantor que escolhe a música, é a música que escolhe o cantor'. E foi algo que pensei, dentro daquele repertório variado que cantava na noite. Foi quando percebi que a galera gostava quando interpretava sucessos do Chico. A partir daí comecei a estudar a sua obra.”
Homenagem no Blue Note
No ano ado, próximo à data de aniversário (19/6) de Chico Buarque, que completou 80 anos, Theo fez uma homenagem ao ídolo.
"Tudo começou com um show no Blue Note carioca, no dia 13 de junho. Chico é um dos maiores artistas da história do Brasil e merece todas as homenagens. Não é nem pretensão de fazer com que ele se sinta homenageado, mas quis fazer isso com ele ainda em vida. Isso porque vemos muitas homenagens sendo feitas depois que as pessoas já se foram. Então, quis fazer esse projeto, porque 80 anos é uma marca importante. Aliás, quase todos os medalhões da nossa MPB já estão mais ou menos com essa idade.”
“Porém, pensei, será que vou arrumar um problema pra mim mesmo. Digo problema por causa das canções que são difíceis”, justifica Theo.
“Para se ter uma ideia, gravei 'A Rita' como se a música houvesse sido gravada em um butiquim. Tipo o cara chega ao butiquim e começa a falar aquela história do cotidiano. Escolhi algumas canções não pensando nas mais fáceis, mas que tinham uma estrutura de canção. Isso porque há algumas que têm a mesma melodia que é repetida várias vezes com letras diferentes, tipo 'Construção' e 'Geni e o Zepelim'. 'Apesar de você' está no álbum, porém, é uma música difícil.”
Theo revela que escolheu músicas que, às vezes, tinham um formato mais de canção, como 'A Rita', 'Folhetim' e 'Eu te amo'.
“Fui pegando um pouco daquilo que combinava comigo”. Pelo sucesso que o álbum está alcançando, o artista já pensa em fazer um volume 2. Ele conta que seu disco é independente, distribuído pela Alta Fonte (Sony Music).
Shows no Japão
Convidado para se apresentar no exterior, Theo conta que seguirá para o Japão no mês de julho.
“Lá é onde existem os maiores consumidores de vinil do mundo. Na verdade, tinha que chegar lá com o vinil na mão, porém, não consegui produzir os discos a tempo. Quem sabe eles resolvem prensar o vinil lá mesmo? Até já pensei nisso também, ou seja, mandar o áudio para ser prensado lá mesmo.”
O artista adorou a capa do seu disco. “Ficou superbonita, sendo que, no início, a gente até brincou com o reflexo do violão. Foi uma ideia que tivemos com a fotógrafa Fernanda Assis, mulher do percussionista Raoni Ventapane (neto de Martinho da Vila), que participou do disco. Durante a sessão de fotos, fomos brincar com essa coisa do violão, tiramos uma, gostei e depois tiramos outras, mas já pensando na capa.”
Quanto aos arranjos, Theo conta que muita coisa foi baseada nas canções originais. “Mudei a instrumentação e alguma coisa ou outra da forma das músicas. Como fizemos a apresentação no Blue Note, os arranjos foram feitos durante os ensaios para aquele show. A Analimar Ventapane (cantora, produtora, percussionista, filha de Martinho da Vila) nos ajudou a bolar os arranjos durante os ensaios, então, foi algo coletivo”. A direção artística do disco coube a Martinho Filho, Analimar Ventapane e Mart’nália.
Arranjos alterados
Theo explica que, a princípio, a ideia era fazer algo diferente para as canções, com a intenção de acrescentar elementos diferentes.
“Já são músicas conhecidas de todos. Por exemplo, em 'João e Maria', mudamos o arranjo e o ritmo. E assim foi em 'A Rita', 'Homenagem ao malandro', que tem um banjo, 'Cotidiano', que foi uma ideia dela de fazer um maracatu. Confesso que fiz esse álbum com muito carinho e a questão de tê-lo produzido ajudou bastante, pois ficou com a minha identidade.”
“É lógico que tem também a identidade coletiva, mas acho que isso é o mais importante para se ar no álbum, o qual gravei com pessoas que estão tocando e convivendo comigo", ressalta o músico. "Então, acho isso importante para dar uma cara ao trabalho. Já estou até pensando em outros compositores para gravar, como Jobim e Cartola.”
Theo informa que fará o show de lançamento do disco nesta sexta-feira (6/6), no Blue Note carioca, e depois segue para São Paulo e Japão.
“Quando voltar, a minha ideia é rodar pelo país com esse show, aliás, essa é minha meta para o segundo semestre. O legal também é, quando voltar, o álbum já estará lançado e as pessoas já o terão escutado e isso tornará as coisas mais fáceis.”
O músico revela que fez o álbum, primeiro porque gosta das músicas de Chico e, segundo, porque é uma coisa que o alimenta.
“Acho até que isso é o principal, ou seja, fazer algo que está alimentando a nossa alma. Poderia até não fazer esse disco, mas senti necessidade e vontade de mergulhar nessas músicas. Acho que também tem aquela coisa da pesquisa musical e de se referenciar em alguém que veio antes de você olhar para a história da música brasileira e a riqueza que ela tem. Acho isso importante também para evoluir como artista.”
Theo diz que, por enquanto, está focado apenas no novo trabalho, mas revela que tem vontade de fazer um podcast. “É algo que se aproxima mais do que meu pai faz. Quanto ao lado da minha mãe, sei que estudar teatro é um trabalhão. Agora, dependendo do personagem, acho que consigo fazer tranquilamente. Acho até que por ter crescido a vendo atuando no palco, creio que tenho alguma noção de interpretação.”
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
“THEO CANTA CHICO”
• Disco de Theo Bial
• 15 faixas
• Alta Fonte
• Disponível nas plataformas a partir desta sexta-feira (6/6)